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1.
Hematology, Transfusion and Cell Therapy ; 44(Supplement 2):S398-S399, 2022.
Article in English | EMBASE | ID: covidwho-2179157

ABSTRACT

Objetivos: Investigar a variacao do numero de doacoes realizadas no Hemocentro Regional de Santa Maria (HEMOSM), apos o inicio da pandemia da COVID-19, para analisar se a influencia da pandemia na captacao de doadores vem diminuindo. Material e metodos: Este e um estudo observacional retrospectivo baseado na coleta de dados do HEMOSM atraves de consulta no Sistema Nacional de Gerenciamento em Servicos de Hemoterapia (HEMOVIDA). Os dados foram coletados a partir de janeiro de 2020 ate julho de 2022 e examinados por trimestre. Resultados: O 1degreetrimestre de 2020 apresentou aproximadamente 2000 doacoes, tendo sido o pior periodo de doacoes analisado neste estudo. Do 2degreeao 4degreetrimestre de 2020, a media subiu para aproximadamente 2450 doacoes. O 1degreetrimestre de 2021 apresentou uma queda em comparacao com os ultimos 3 trimestres. A partir do 2degreetrimestre de 2021, a media de doacoes subiu, tendo ultrapassado 2500 doacoes em 3 dos semestres. Discussao: Uma das implicacoes do isolamento social adotado durante a pandemia foi a queda no numero de doacoes de sangue em hemocentros, assim como esperado pelo Ministerio da Saude. O menor numero de doacoes se deu justamente no inicio do isolamento social (1degreetrimestre de 2020), em torno de 2000 doacoes. Apos este periodo, com a extrema necessidade de manutencao dos estoques de sangue e hemoderivados, alem do aumento da demanda do HEMOSM, a captacao conseguiu aumentar para cerca de 2450 doacoes no 2degree, 3degreee 4degreetrimestres de 2020. Isso se deve especialmente a pronta adocao de medidas de seguranca pelo HEMOSM, no recebimento e atendimento dos doadores, o que permitiu que o hemocentro atendesse a demanda dos servicos de saude da regiao, mantendo a seguranca dos doadores. Com a segunda onda e o surgimento da variante P.1 da COVID-19, novamente houve uma queda nas doacoes (1degreetrimestre de 2021), mas que foi sucedida da chegada das vacinas contra a COVID, cenario que permitiu a retomada das acoes de captacao resultando no aumento das doacoes. Assim, inclusive pela flexibilizacao das normas de seguranca, os trimestres que se seguiram apresentaram melhor desempenho na captacao de doadores, que chegou a ultrapassar 2500 doacoes no 2degreee 4degreetrimestres de 2021 e no 2degreetrimestre de 2022. Conclusao: Apesar da queda nas doacoes e da diminuicao dos estoques de hemocomponentes, o HEMOSM conseguiu atender aos servicos de saude da regiao. Cabe salientar que do total de doacoes nao se considerou as perdas por sorologia reagente (cerca de 2%), mas apenas os doadores que procuraram o servico e que realizaram a doacao de sangue ou plaqueta por aferese. A pandemia influenciou na queda das doacoes, mas as medidas de seguranca e estrategias de captacao, juntamente com o surgimento das vacinas, foram capazes de fazer com que o HEMOSM aumentasse a media das doacoes realizadas. Ainda, com o objetivo de continuar captando mais doacoes no HEMOSM, outras estrategias estao sendo implementadas, como o retorno de coletas externas (em municipios proximos) e o aumento do numero de dias da semana em que o hemocentro estara aberto para a realizacao de doacoes. Copyright © 2022

2.
Hematology, Transfusion and Cell Therapy ; 43:S467-S468, 2021.
Article in Portuguese | EMBASE | ID: covidwho-1859684

ABSTRACT

Objetivos: Relatar a vivência e a experiência profissional do estágio final de graduação em Biomedicina durante período pandêmico no Hemocentro Regional de Santa Maria (HEMOSM) e discutir as peculiaridades do cenário atual em relação à formação de profissionais de saúde. Material e métodos: Este é um relato de experiência da atuação de uma estudante de Biomedicina em um serviço de saúde pública ligado ao Sistema Único de Saúde (SUS) durante o estágio final de graduação, ainda em andamento. Discussão: A etapa final da graduação em Biomedicina implica na decisão das áreas nas quais o futuro profissional irá ser habilitado para atuação profissional. A escolha da habilitação em hemoterapia resultou na oportunidade de conhecer e integrar a equipe multiprofissional da saúde do HEMOSM, que conta com profissionais médicos hematologistas, farmacêuticos, enfermeiros, técnicos de laboratório e enfermagem, além dos bolsistas e demais estagiários. A integração com a equipe permitiu o acompanhamento (até este momento) das rotinas dos setores de triagem hematológica, coleta de sangue, fracionamento de hemocomponentes e em especial nos laboratórios de imunohematologia e sorologia. É evidente a preocupação constante ao atendimento dos protocolos sanitários para garantir a segurança dos doadores;através: do distanciamento social;da disponibilização de álcool etílico em gel 70% em dispensers espalhados pelas instalações do hemocentro;do agendamento por telefone para evitar aglomerações e ainda, de uma espécie de pré-triagem, para evitar que doadores com sintomas, ou que tiveram contato com pessoas contaminadas pela COVID-19, tenham acesso ao interior do hemocentro. Uma outra preocupação relevante dos profissionais do HEMOSM é relativa à captação de doadores, que diminuiu em torno de 10% no primeiro ano da pandemia, período no qual o Ministério da Saúde previa uma diminuição de 15 a 20% de doações de sangue. Em razão disso, não é incomum a mobilização das equipes para solicitação ou envio de hemocomponentes para outros hemocentros que apresentam níveis críticos em seus estoques. Situações extraordinárias, como a pesquisa por bolsas de sangue compatíveis para pacientes já sensibilizados a antígenos eritrocitários e por bolsas com configuração antigênica compatível para estes pacientes, deixam clara a importância de investimentos nesses serviços de saúde em razão das técnicas (muitas vezes onerosas) que precisam ser empregadas para garantir a segurança transfusional e salvar vidas. Conclusão: É evidente o papel do HEMOSM no atendimento à comunidade, inclusive por oportunizar a vivência para estagiários das universidades locais. Dessa maneira o HEMOSM contribui com a formação profissional dos estudantes por meio da inserção dos mesmos nas atividades desenvolvidas neste serviço e pela interação com os demais profissionais da saúde, uma oportunidade que agrega muito conhecimento para o estagiário e que proporciona a chance de exercitar uma boa fração de todo o conhecimento teórico da graduação.

3.
Hematology, Transfusion and Cell Therapy ; 43:S415, 2021.
Article in Portuguese | EMBASE | ID: covidwho-1859676

ABSTRACT

Objetivos: Investigar a ocorrência de soroconversão em doadores no Hemocentro Regional de Santa Maria (HEMOSM) no período da pandemia de COVID-19. Material e métodos: Trata-se de uma pesquisa observacional retrospectiva realizada pela coleta de dados do Sistema HEMOVIDA (Sistema Nacional de Gerenciamento em Serviços de Hemoterapia) e dos arquivos do Laboratório de Sorologia do HEMOSM durante o período compreendido entre os meses de fevereiro/2020 a julho de/2021. Resultados: O número de soroconversões que aconteceram no período estudado foi de 98 casos, correspondendo a aproximadamente 33% dos casos reagentes ou inconclusivos (total de 295) para doenças infecciosas pesquisadas na triagem sorológica. Aproximadamente 44% das soroconversões aconteceram com doadores do sexo feminino e 56% com o sexo masculino. Em relação às doenças infecciosas pesquisadas nas soroconversões, 41,7% foram para Hepatite B (HBV), 24,5% para Hepatite C (HCV), 21,5% para HIVI/II e 12,3% para HTLVI/II. Discussão: Entende-se por soroconversão o caso de um indivíduo que já doou sangue e teve todas as pesquisas de doenças infecciosas não reagentes ou indetectáveis, mas que, em uma nova doação, apresentou resultados reagentes, inconclusivos ou detectáveis. O acompanhamento do caso implica na pesquisa dos hemocomponentes gerados na última doação em que o indivíduo apresentou todos resultados (para as infecções) não reagentes ou indetectáveis. Essa pesquisa envolve ainda o rastreamento dos hemocomponentes gerados e a repetição da amostra anterior (caso ainda faça parte da soroteca do laboratório). Quando esta situação ocorre, o doador tem seus hemocomponentes desprezados e é convocado ao HEMOSM para coleta de novas amostras a serem empregadas em testes para confirmação, ou então para o acompanhamento do doador pelo serviço até a resolução da situação. O doador pode entrar para a lista nacional de impedidos, no caso de confirmação de alguma das infecções (HCV, HBV, HIVI/II e HTLVI/II), ou apresentar resultados negativos para as pesquisas realizadas, fato que aliado à triagem clínica, pode fazer com que este doador passe a ser apto para doação novamente. As pesquisas de soroconversão fazem parte da hemovigilância e também implicam na necessidade de testagem dos pacientes que receberam os hemocomponentes fracionados da doação anterior àquela em que os resultados foram reagentes, inconclusivos ou detectáveis. Conclusão: A triagem sorológica é uma etapa crítica e diretamente relacionada à garantia da qualidade e da segurança transfusional, para aqueles que irão receber algum dos hemocomponentes gerados a partir de uma doação, integrando a hemovigilância.

4.
Hematology, Transfusion and Cell Therapy ; 43:S414-S415, 2021.
Article in Portuguese | EMBASE | ID: covidwho-1859675

ABSTRACT

Objetivos: Analisar o número de doadores de sangue do Hemocentro Regional de Santa Maria (HEMOSM), durante o período da pandemia de COVID-19, que apresentaram pesquisas positivas na triagem sorológica para marcadores sorológicos, antigênicos ou moleculares para as hepatites virais do tipo B e C. Material e métodos: Este é um estudo observacional retrospectivo realizado pela busca de dados no Sistema HEMOVIDA (Sistema Nacional de Gerenciamento em Serviços de Hemoterapia) e nos arquivos do Laboratório de Sorologia do HEMOSM durante o período de fevereiro/2020 a julho de/2021. As amostras dos doadores, utilizadas para pesquisa de anticorpos Anti-HBc, Anti-HCV e para o HBsAg, foram coletadas em tubo de soro com gel separador e ativador de coágulo, tendo sido a eletroquimioluminescência a técnica de análise empregada. As amostras empregadas nos ensaios moleculares (pesquisa do genoma viral) foram coletadas em tubo com EDTA e gel separador. Após centrifugação das amostras, para separação do soro e plasma, estas foram encaminhadas para realização das respectivas pesquisas. Resultados: No período estudado o total de doadores que apresentaram algum marcador para hepatites virais do tipo B ou C foi de 75, sendo 53% doadores do sexo feminino e 47% doadores do sexo masculino. Para o total de 75 doadores estudados, 63% (47) apresentaram marcadores para HBV e 37% (28) para HCV. A respeito de coinfecções, 2 doadores tiveram suas bolsas de sangue desprezadas em razão de Anti-HBc e sífilis e 1 doador com Anti-HCV e sífilis. Para os marcadores de HBV, reagentes ou inconclusivos, 3 doadores apresentaram HBsAg e 44 doadores Anti-HBc. Para o Anti-HCV, 28 doadores apresentaram resultados inconclusivos. Em relação aos testes moleculares para a pesquisa das hepatites virais tipo B e C, nenhum doador teve pesquisa para RNA viral do HBV detectável, enquanto 27 doadores apresentaram RNA viral para HCV detectável. Discussão: Hepatites virais são um conjunto de vírus que possuem uma característica em comum, a promoção da inflamação do fígado, mas que, no entanto, apresentam algumas distinções, especialmente quanto à transmissão. O vírus HBV e HCV, dentre outras formas de transmissão, podem vir a causar infecções através do sangue, seja por realização de compartilhamento de agulhas ou em casos de acidentes em laboratórios, não se excluindo a importância em relação à possibilidade de contaminação por transfusão sanguínea. Com a evolução das técnicas analíticas em relação ao aumento da sensibilidade e especificidade, e a possibilidade de pesquisa de diferentes marcadores (como genoma viral, antígenos virais e anticorpos contra os vírus), a probabilidade de infecção por hepatites através da doação de sangue vem se tornando cada vez menor, uma vez que a pesquisa integrada dos marcadores também é fundamental para a garantia da segurança transfusional. Conclusão: Os doadores que tiveram suas bolsas de sangue desprezadas devido ao HBV ou HCV correspondem a aproximadamente 25% do total de descartes realizados em razão da triagem sorológica, sendo a 2° maior causa de desprezo de bolsas de sangue, enquanto que a pesquisa de sífilis tem o maior percentual de descarte.

5.
Hematology, Transfusion and Cell Therapy ; 43:S413-S414, 2021.
Article in Portuguese | EMBASE | ID: covidwho-1859674

ABSTRACT

Objetivos: Investigar o número de doadores de sangue do Hemocentro Regional de Santa Maria (HEMOSM) que, durante o período da pandemia de COVID-19 (fevereiro/2020 a julho/2021), apresentaram resultados reagentes ou inconclusivos para HIV I/II em pesquisas sorológicas e testes moleculares realizados para a triagem sorológica dos doadores. Material e métodos: A investigação se deu através do estudo observacional retrospectivo realizado para a coleta de dados no Sistema HEMOVIDA (Sistema Nacional de Gerenciamento em Serviços de Hemoterapia) e nos arquivos do Laboratório de Sorologia do HEMOSM durante o período de fevereiro/2020 a julho de/2021. As amostras analisadas foram soro dos doadores para pesquisa de anticorpos anti-HIV I/II por eletroquimio-luminescência, enquanto para as pesquisas moleculares para detecção do HIV I/II foram empregadas amostras de plasma coletadas em tubo com EDTA e gel separador. As amostras permaneceram em repouso por aproximadamente 15 minutos antes de serem centrifugadas para obtenção do soro ou plasma e, posteriormente, foram encaminhadas para realização dos ensaios. Resultados: No período estudado, 24 doadores apresentaram resultados de sorologia para anti-HIV I/II, sendo 6 doadores do sexo feminino e 18 do sexo masculino. Dentre os 24 doadores, 8 apresentaram resultados reagentes e 16 apresentaram resultados inconclusivos para pesquisa de anticorpos. Para os 8 doadores com sorologia reagente para o HIV I/II, 6 apresentaram pesquisa com detecção de RNA viral nos testes moleculares. Discussão: O HIV, vírus da imunodeficiência humana, é o vírus que ataca os linfócitos TCD4, condição que na progressão da infecção causa a diminuição da eficiência da resposta imune dependente do TCD4, levando ao quadro da Síndrome da Imunodeficiência Adquirida (AIDS). A infecção por HIV é uma das doenças que são pesquisadas para doadores de sangue durante a triagem sorológica. O emprego de ensaios moleculares para a triagem sorológica de doadores é essencial para a detecção precoce de infecção por doenças como o HIV I/II. A importância dos testes moleculares reside na detecção de RNA viral que passa a ser detectado previamente ao surgimento de outros marcadores como a p24 e anticorpos na corrente sanguínea. No caso dos doadores com ensaios moleculares que detectaram o vírus, todos também apresentaram resultados reagentes para pesquisa de anticorpos contra o vírus. Os doadores com pesquisa para HIV reagente ou inconclusiva são convocados para nova coleta de amostra para confirmação dos resultados. Ainda, caso reagente e detectável, os doadores têm amostra encaminhada para a quantificação da carga viral e são encaminhados para acompanhamento e tratamento. Conclusão: Dentre os doadores que tiveram suas bolsas descartadas em razão da triagem sorológica, aproximadamente 8% foram devido às pesquisas de HIV I/II. Esses doadores são cadastrados em uma lista nacional de doadores de sangue impedidos. Para casos de doadores com resultados reagentes ou inconclusivos e que já haviam doado anteriormente, ainda é necessário a realização de pesquisa de soroconversão para garantir a segurança transfusional através da hemovigilância.

6.
Hematology, Transfusion and Cell Therapy ; 43:S412, 2021.
Article in Portuguese | EMBASE | ID: covidwho-1859673

ABSTRACT

Objetivos: Analisar o número de doadores de sangue do Hemocentro Regional de Santa Maria (HEMOSM) que apresentaram sorologia reagente ou inconclusiva para infecção por HTLV I/II durante o período da pandemia de COVID-19. Materiais e métodos: Esta pesquisa é um estudo observacional retrospectivo realizado a partir da coleta de dados do Sistema HEMOVIDA (Sistema Nacional de Gerenciamento em Serviços de Hemoterapia) e dos arquivos do Laboratório de Sorologia do HEMOSM durante o período de fevereiro/2020 a julho/2021. A amostra empregada nos ensaios foi o soro dos doadores e a técnica de análise foi a eletroquimioluminescência. Resultados: O número total de doadores que apresentaram resultado de sorologia reagente ou inconclusiva para a infecção por HTLV I/II foi de 13 doadores, os quais tiveram todos os seus hemocomponentes descartados. Nessa triagem sorológica, 2 doadores tiveram resultados reagentes e 11 inconclusivos. Destes 13 doadores, 10 são do sexo masculino e apenas 3 do sexo feminino. Além disso, houve 2 casos de coinfecção por sífilis. Discussão: O HTLV (vírus T-linfotrópico humano) é um vírus, da mesma família do HIV, que infecta células muito importantes para a resposta imunológica, os linfócitos T. Os dois principais tipos desse vírus são o HTLV-I e o HTLV-II. O subtipo I está relacionado a doenças neurológicas graves e degenerativas e doenças hematológicas, como o linfoma de células T do adulto, enquanto o subtipo II está associado à tricoleucemia de células T. A maioria das pessoas infectadas pelo vírus não desenvolve sintomas ao longo da vida, mantendo, desta forma, uma cadeia de transmissão silenciosa. A transmissão do HTLV se dá por meio do contato com sangue ou outros fluidos corporais de uma pessoa infectada, podendo ser transmitido de forma vertical (de mãe para o filho), pela relação sexual desprotegida ou por meio de uma transfusão sanguínea advinda de um doador infectado, sendo este último motivo a razão pela qual esta doença integra a triagem sorológica para doadores de sangue. Do total de bolsas desprezadas em razão de sorologia reagente ou indeterminada (295 unidades de sangue total no mesmo período) a pesquisa de marcador sorológico para o HTLV I/II representou apenas 4,4% dos descartes. Assim sendo, o HTLV foi a menor causa de descartes relativos à triagem sorológica, mas esta observação não implica na diminuição da importância dessa pesquisa para a garantia da segurança transfusional. Tendo em vista o momento em que nos encontramos, é compreensível que haja insegurança com relação à exposição social para doar sangue, porém é preciso que o trabalho realizado pelos hemocentros continue (com protocolos de segurança) e para isso, é necessária a solidariedade da população para manter os estoques de sangue em níveis adequados. A sorologia reagente ou indeterminada de um doador implica no descarte de todos os componentes sanguíneos produzidos a partir da sua doação, contribuindo para a diminuição dos estoques em um momento em que já há a redução de doações. Conclusão: Dessa forma, faz-se de suma importância a conscientização sobre a prevenção dessa doença (e de quaisquer outras doenças transmissíveis pelo sangue) visando tanto a saúde e bem-estar do doador, quanto a garantia do uso de sua doação de forma segura para transfusões em pacientes nos serviços de saúde.

7.
Hematology, Transfusion and Cell Therapy ; 43:S411-S412, 2021.
Article in Portuguese | EMBASE | ID: covidwho-1859672

ABSTRACT

Objetivos: Analisar o número de doadores de sangue do Hemocentro Regional de Santa Maria (HEMOSM), os quais apresentaram sorologia reagente ou inconclusiva para Doença de Chagas (DC), durante o período de fevereiro/2020 a julho/2021. Material e métodos: Trata-se de um estudo observacional retrospectivo, de abordagem quantitativa, realizado por meio da coleta de dados do Sistema HEMOVIDA (Sistema Nacional de Gerenciamento em Serviços de Hemoterapia) e dos arquivos do Laboratório de Sorologia do HEMOSM durante o período da Pandemia de COVID-19. As amostras de sangue dos doadores foram coletadas em tubos para a obtenção do soro empregado nos ensaios. A técnica para a detecção de anticorpos anti Trypanosoma cruzi foi a eletroquimioluminescência. Resultados: Dos 295 doadores que apresentaram algum impedimento durante a triagem sorológica, 23 deles tiveram as bolsas de sangue descartadas por Doença de Chagas, representando 8% das bolsas desprezadas pela triagem sorológica no mesmo período. Ainda, 4 apresentaram coinfecção por outros agentes etiológicos, sendo 3 por Treponema pallidum (sífilis) e 1 por HIV. Daqueles 23 doadores, 16 apresentaram sorologia reagente com detecção de anticorpos contra o T. cruzi, enquanto 7 apresentaram sorologia inconclusiva. Em relação ao sexo dos doadores, com resultados reagentes ou inconclusivos para a DC, 40% são mulheres e 60% homens. 70% dos doadores que apresentaram marcador sorológico para a DC são residentes da cidade de Santa Maria e os 30% restantes são residentes de cidades próximas pertencentes ao estado do RS. Discussão: A Doença de Chagas é uma condição crônica que leva aproximadamente 40% dos indivíduos infectados a desenvolverem sinais clínicos com envolvimento cardíaco ou digestivo. Trata-se de uma patologia parasitária decorrente da infecção pelo protozoário hemoflagelado T. cruzi, tendo como vetores os insetos triatomíneos. A transmissão pode ocorrer de forma vetorial (maior relevância epidemiológica), congênita, por transplante de órgãos, transmissão oral, através de acidentes de laboratórios e por transfusões sanguíneas, sendo este último modo de transmissão o que faz com que a DC seja pesquisada para doadores de sangue. A pesquisa da DC é importante pois 60% dos portadores do parasita não apresentam manifestações clínicas da doença. Os doadores com sorologia reagente ou indeterminada são convocados ao hemocentro para realização de nova coleta de sangue para confirmação dos resultados e para orientação a respeito do acompanhamento desta infecção. Nesse sentido, conforme os dados encontrados na presente amostra, percebe-se que foi identificado um número significativo de soropositivos para DC durante o período analisado, percentual aproximado ao do HIV, o que fundamenta a importância desse rastreio e da notificação em serviços de saúde. Conclusão: Em comparação com outras causas de descarte de hemocomponentes, como a triagem sorológica para sífilis e hepatites virais, a DC não tem grande destaque, mas de qualquer forma, mesmo que o resultado seja inconclusivo, todos os hemocomponentes produzidos a partir das doações desses voluntários devem ser descartados para a garantia da segurança transfusional.

8.
Hematology, Transfusion and Cell Therapy ; 43:S363, 2021.
Article in Portuguese | EMBASE | ID: covidwho-1859657

ABSTRACT

Objetivos: Contabilizar o número de doadores de sangue do Hemocentro Regional de Santa Maria (HEMOSM) que apresentaram sorologia inconclusiva ou reagente para sífilis durante o período da pandemia (fevereiro/2020 a julho/2021) e que, em razão disso, tiveram suas bolsas de sangue desprezadas. Material e métodos: Trata-se de um estudo observacional retrospectivo realizado pela coleta de dados do Sistema HEMOVIDA (Sistema Nacional de Gerenciamento em Serviços de Hemoterapia) e dos arquivos do Laboratório de Sorologia do Hemocentro Regional de Santa Maria durante o período de fevereiro/2020 a julho de/2021. A amostra empregada na pesquisa foi o soro dos doadores e a técnica analítica adotada para a detecção de anticorpos antitreponêmicos foi a eletroquimioluminescência. Resultados: O número de doadores que tiveram seus hemocomponentes desprezados em razão das pesquisas sorológicas para sífilis foi de 156, sendo que destes 94 doadores apresentaram sorologia reagente enquanto os outros 62 doadores apresentaram pesquisa inconclusiva. Ainda, quanto ao sexo dos doadores que tiveram seus hemocomponentes desprezados, 46% foram doadores do sexo feminino enquanto 54% são do sexo masculino. Discussão: A sífilis é uma infecção sexualmente transmissível (IST), causada pela bactéria Treponema pallidum, tendo também como via de transmissão a vertical e a sanguínea, motivo pelo qual é uma das doenças pesquisadas para doadores de sangue. Independentemente do resultado reagente ou inconclusivo, estes hemocomponentes foram descartados, em razão da segurança transfusional e controle de qualidade. Todos estes doadores foram convocados para coleta de segunda amostra para confirmação do resultado pela repetição do ensaio, com nova amostra, e para o emprego da técnica de floculação para detecção de anticorpos não-treponêmicos, técnica auxiliar na confirmação da pesquisa. Posteriormente, nos casos de confirmação dos resultados como reagentes, os doadores foram encaminhados para tratamento e acompanhamento médico. Cabe salientar que conforme descrito por outros estudos, a maior porcentagem de doadores com sorologia reagente ou inconclusiva para sífilis, são homens jovens. Conclusão: As pesquisas sorológicas para sífilis foram a maior causa de desprezo de hemocomponentes, dentre aqueles desprezados em razão de alguma sorologia reagente, no Hemocentro Regional de Santa Maria, representando 53% dos descartes. Considerando o primeiro ano da pandemia, em que o HEMOSM apresentou uma queda de aproximadamente 10% das doações em relação ao mesmo período no ano anterior, e que o Ministério da Saúde previa reduções de 15% a 20% das doações, o descarte de hemocomponentes pode significar um agravo na condição dos estoques de sangue, especialmente de concentrados de plaquetas, no caso do HEMOSM, para pacientes atendidos no Hospital Universitário de Santa Maria. Ainda, sendo a sífilis uma IST, companhas de conscientização sobre a doação de sangue e o uso de preservativos para o público jovem podem auxiliar no aumento da captação de doadores e na diminuição da incidência desta IST neste público, contribuindo para a qualidade de vida do doador e consequentemente, na diminuição do descarte de hemocomponentes por este motivo.

9.
Hematology, Transfusion and Cell Therapy ; 43:S343-S344, 2021.
Article in Portuguese | EMBASE | ID: covidwho-1859648

ABSTRACT

Objetivos: Analisar o número de plasma rico em plaquetas desprezados em razão do uso de medicamentos com atividade antiagregante plaquetária no Hemocentro Regional de Santa Maria (HEMOSM) no período da pandemia de COVID-19. Material e métodos: Trata-se de um estudo observacional retrospectivo realizado pela investigação de dados do Sistema HEMOVIDA (Sistema Nacional de Gerenciamento em Serviços de Hemoterapia) no HEMOSM durante o período de fevereiro/2020 a Julho/2021. Resultados: Durante o período da pandemia, foram descartadas 35 bolsas de plasma rico em plaquetas porque os doadores relataram na triagem clínica que haviam feito uso de alguma medicação com atividade antiagregante plaquetária. Discussão: A triagem clínica é uma etapa muito importante na garantia da qualidade dos hemocomponentes porque, através de uma entrevista privada com um profissional da saúde, o doador pode fornecer informações relevantes para que este seja considerado apto ou inapto para a doação. Durante a entrevista, uma das questões postas ao candidato à doação é se este faz ou fez o uso de algum medicamento, isto porque alguns medicamentos podem tornar o doador inapto para a doação de forma permanente (uso contínuo) ou temporariamente, caso o uso do medicamento ocorra de forma esporádica mas tenha antecedido a doação de sangue. A Aspirina®, por exemplo, é um medicamento amplamente difundido, de venda livre e empregado na automedicação. O ácido acetilsalicílico (AAS) é o fármaco (componente ativo) presente na formulação deste medicamento utilizado como analgésico, antitérmico e inclusive (em doses baixas como 75 mg/dia) para evitar eventos trombóticos. A propriedade do AAS que justifica seu uso como profilaxia da trombose é a inibição da síntese de TXA2 plaquetário, e este é justamente o motivo pelo qual doadores que fizeram uso recente do AAS não tem suas plaquetas fracionadas, aproveitando-se apenas o concentrado de hemácias oriundo da doação. A inibição da síntese de TXA2 plaquetário (>95%) implica na deficiência dessas plaquetas em estimular a ativação de novas plaquetas e aumentar a agregação plaquetária, tornando os trombóticos desse doador não funcionais, e, portanto, não efetivos no controle de eventos hemorrágicos quando transfundidos em pacientes plaquetopênicos. O uso de medicamento com atividade antiplaquetários, mesmo não representando um número muito elevado dentre as causas de desprezo de hemocomponentes, representa uma preocupação em relação à automedicação. Ainda, o número de plaquetas randômicas que poderiam ter sido fracionadas destes doadores seria suficiente para atender a aproximadamente 5 prescrições de transfusão de plaquetas (número dependente da quantidade de bolsas solicitadas para a formação do pool de plaquetas randômicas). Conclusão: Considerando o cenário da redução de aproximadamente 10% das doações no HEMOSM e a alta demanda destes hemocomponentes por solicitação dos serviços de saúde atendidos pelo hemocentro, faz-se importante uma orientação mais efetiva para os doadores quanto aos requisitos necessários para a realização da doação e para a garantia da qualidade dos hemocomponentes produzidos.

10.
Hematology, Transfusion and Cell Therapy ; 43:S326, 2021.
Article in Portuguese | EMBASE | ID: covidwho-1859640

ABSTRACT

Objetivos: Investigar, no Hemocentro Regional de Santa Maria (HEMOSM), os casos de doadores de sangue D negativos que apresentaram em sua fenotipagem resultados positivos para os antígenos (AG) C, E e Kell-1 na pesquisa de AG eritrocitários C.c,E,e e Kell-1. Material e métodos: Este é um estudo observacional retrospectivo realizado através da coleta de dados do Sistema HEMOVIDA (Sistema Nacional de Gerenciamento em Serviços de Hemoterapia) e dos arquivos do Laboratório de Imunohematologia do HEMOSM durante o período de fevereiro/2020 a julho/2021. As amostras utilizadas para o ensaio são amostras de sangue coletadas em tubo com anticoagulante EDTA, sendo centrifugadas e posteriormente tendo volume do concentrado de hemácias empregado na preparação de suspensões para realização dos testes conforme instruções dos fabricantes. A técnica empregada foi a aglutinação-centrifugação em cartão com gel. Anticorpos monoclonais dirigidos aos AG pesquisados encontram-se suspensos no gel em diferentes microtubos. Resultados: O total de doações com tipagem sanguínea D(-) foi de 2299 doações. Destas, 351 doadores (aproximadamente 15%) apresentaram um ou mais dos AG C, E ou Kell-1. Dentre estes, 139 doadores apresentaram fenótipo Rh Ccee, 29 apresentaram fenótipo ccEe, ainda 21 apresentaram ambos os AG, com fenótipo CcEe, enquanto o total de doadores com pesquisa positiva para o AG Kell-1 foi de 162. Discussão: Indivíduos que apresentam a tipagem sanguínea com resultado D(-), usualmente apresentam fenótipo Rh ccee com K(-), ou seja, sem a presença de AG C, E e Kell-1. Para doadores e para pacientes (pcte), a pesquisa destes AG em laboratórios de imunohematologia é importantíssima, isto porque C, E e Kell-1 apresentam elevada antigenicidade e, portanto, risco de sensibilização no caso de transfusão de hemácias com estes AG em pcte que não os apresentam. Sendo assim, concentrados de hemácias (CH) com D(-) que apresentem C, E e/ou Kell-1 devem ser direcionados para pcte que apresentem estes AG, na tentativa de utilização do hemocomponente, especialmente no período da pandemia de COVID-19, quando as doações de sangue reduziram aproximadamente 10% no HEMOSM durante o primeiro ano da pandemia (em comparação com o mesmo período do ano anterior). A destinação racional destes hemocomponentes no sentido de impedir a sensibilização dos pcte é essencial para que em futuras provas de compatibilização estes pcte não corram o risco de apresentar incompatibilidade decorrente da formação de anticorpos irregulares Anti-C, Anti-E e Anti-Kell-1. Conclusão: A utilização de CH D(-) com a presença de C, E e/ou Kell-1 só pode se dar no caso de os pcte apresentarem prova cruzada e configuração antigênica compatíveis com as hemácias do doador. Em razão disso, alguns desses CH podem permanecer represados nos estoques de sangue até seu vencimento e descarte. Uma alternativa para a utilização destes CH é a sua destinação para a compatibilização e uso em pcte D+, uma vez que estes apresentam AG C, E e/ou Kell-1 com maior frequência. Assim, são transfundidas hemácias com configuração antigênica compatível na tentativa de destinação desses CH para que não cheguem a ser desprezadas por validade, especialmente no contexto da redução das doações.

11.
Hematology, Transfusion and Cell Therapy ; 43:S321-S322, 2021.
Article in Portuguese | EMBASE | ID: covidwho-1859638

ABSTRACT

Objetivos: Investigar os anticorpos irregulares (AI) mais prevalentes em pacientes atendidos na Agência Transfusional do Hemocentro Regional de Santa Maria (HEMOSM) durante o período de pandemia do COVID-19. Material e métodos: Trata-se de um estudo observacional retrospectivo realizado pela coleta de informações dos arquivos da Agência Transfusional e do Laboratório de Imunohematologia do HEMOSM, durante o período de fevereiro/2020 a julho/2021. Resultados: Neste período foram contabilizados 15 pacientes com o resultado positivo na Pesquisa de Anticorpos Irregulares (PAI) no HEMOSM, sendo 10 mulheres e 5 homens. Dentre os pacientes com PAI positivo, foram detectados 10 anticorpos diferentes. Alguns pacientes apresentaram mais de um anticorpo identificado na pesquisa. Os anticorpos mais prevalentes foram Anti-D (n = 3), Anti-E (n = 3) e Anti-Kell-1 (n = 3), seguidos de Anti-C (n = 2), Anti-c (n = 2), enquanto os demais anticorpos foram identificados somente uma vez, sendo eles Anti-M, Anti-S, Anti-s, Anti-Lea e Anti-Lua. A identificação dos anticorpos não foi possível para 4 dos pacientes em razão dos ensaios de autocontrole e/ou Coombs direto apresentarem reação positiva, situações que dificultam a identificação de AI. Discussão: Anticorpos irregulares contra antígenos eritrocitários são produzidos no organismo em razão da exposição a um antígeno não próprio, seja por transfusão sanguínea, gestação ou abortos espontâneos. Alguns AI podem ter origem natural, a exemplo do Anti-M e Anti-E, não necessariamente tendo sido produzidos por uma das situações citadas anteriormente (origem imune). A predominância dos anticorpos Anti-D, Anti-E e Anti-Kell-1 nos receptores tem ligação direta com a imunogenicidade e a velocidade de indução da formação de anticorpos voltados contra esses antígenos. Os anticorpos mais prevalentes neste estudo também são aqueles de maior importância clínica em casos incompatibilidade materno fetal e podem causar a eritroblastose fetal (EF) ou a doença hemolítica do recém-nascido (DHRN). Destaca-se, neste sentido, que a presença de AI foi maior em pacientes do sexo feminino. Nestes casos, em uma primeira gestação pode ocorrer a sensibilização da gestante a antígenos que o recém-nascido apresenta em suas hemácias (diferentes dos maternos), podendo não haver manifestação clínica alguma. Porém, em futuras gestações, com novo quadro de incompatibilidade materno fetal se apresentando, anticorpos da classe IgG maternos podem atravessar a barreira placentária e provocar hemólise no feto ou recém-nascido, ou seja, situação em que ocorre as manifestações clínicas da EF e DHRN. Conclusão: Através deste estudo, é possível compreender a prevalência dos AI entre os pacientes atendidos e comprovar a importância da PAI. Apesar de ser um dos testes pré-transfusionais obrigatórios pela legislação brasileira, é indispensável que a PAI seja executada de maneira correta, seguida da identificação dos AI, implicando diretamente na prevenção de reações transfusionais e em novas ocorrências de sensibilização, especialmente em pacientes politransfundidos.

12.
Hematology, Transfusion and Cell Therapy ; 43:S321, 2021.
Article in Portuguese | EMBASE | ID: covidwho-1859637

ABSTRACT

Objetivos: Analisar quantitativamente o desprezo de bolsas com filtro empregadas na coleta de sangue de doadores com triagem positiva para Hemoglobina S (HbS) no Hemocentro Regional de Santa Maria (HEMOSM) durante o período da pandemia de COVID-19. Material e métodos: Trata-se de um estudo observacional e retrospectivo, de caráter quantitativo, realizado por meio da coleta de dados nos arquivos do Laboratório de Imunohematologia e de Fracionamento de Hemocomponentes do HEMOSM, bem como, através da pesquisa de dados no Sistema HEMOVIDA (Sistema Nacional de Gerenciamento em Serviços de Hemoterapia) relativos ao período de fevereiro/2020 a julho/2021. Resultados: Dentre todas as doações recebidas no HEMOSM, no período estudado, aproximadamente 0,6% dos doadores apresentaram resultados reagentes, na triagem para HbS, empregando-se a técnica de solubilidade com tampão de ditionito de sódio. No mesmo período houve o desprezo de oito bolsas com filtro, devido ao entupimento do sistema de filtros, em decorrência de presença da HbS. Discussão: A HbS é uma hemoglobina variante que promove alteração da conformação das hemácias quando o gene responsável por esta característica encontra-se em heterozigose (traço falciforme). Quando o gene responsável pela sua expressão está em homozigose, ocorre a Anemia Falciforme no portador dessa característica genética. Concentrados de hemácias desleucocitados sofrem o processo de filtração, responsável pela remoção dos leucócitos deste hemocomponente, para minimizar o risco de reações transfusionais, em especial a doença do enxerto versus hospedeiro. Quando o sangue total de um doador HbS positivo é coletado em bolsas quádruplas (com filtro), pode ocorrer a obstrução do sistema no momento da filtração ou ainda a hemólise das hemácias, uma vez que os eritrócitos do doador apresentam alteração na conformação, sendo menos maleáveis para passar pelos poros do filtro, e em razão disso estas bolsas precisam ser desprezadas. Conclusão: O desprezo de hemocomponentes é indesejável e deve ser minimizado, principalmente no cenário da pandemia de COVID-19, quando previsões indicavam uma tendência de diminuição na captação de doações na ordem de 15% a 20%, segundo o Ministério da Saúde. Ainda, em razão da otimização do uso de recursos e de hemocomponentes, o laboratório de Imunohematologia passou a fornecer para o Setor de Coleta de Sangue um relatório, atualizado mensalmente, contendo doadores HbS positivos não indicados para coleta de sangue em bolsas quádruplas com filtro.

13.
Hematology, Transfusion and Cell Therapy ; 43:S309, 2021.
Article in Portuguese | EMBASE | ID: covidwho-1859633

ABSTRACT

Objetivos: Quantificar e identificar os motivos de desprezo de plaquetas coletadas por aférese no Hemocentro Regional de Santa Maria (HEMOSM), durante o período da pandemia de COVID-19. Material e métodos: Trata-se de uma pesquisa observacional retrospectiva, a qual foi realizada pela consulta de dados do Sistema HEMOVIDA (Sistema Nacional de Gerenciamento em Serviços de Hemoterapia) durante o período de fevereiro/2020 a julho/2021. Resultados: Dez bolsas de plaquetaférese foram descartadas no período examinado pelo estudo, destas, 6 unidades foram desprezadas devido à sorologia reagente, 2 unidades devido ao período de validade excedido e outras 2 unidades por outros motivos, 1 por intercorrência na coleta e a outra unidade por baixo volume do concentrado de plaquetas. Discussão: A coleta de plaquetas por aférese se distingue da coleta de plaquetas por fracionamento do sangue total (plaquetas randômicas) por acontecer em um sistema extracorpóreo, onde as plaquetas do doador (e parte do plasma) são separadas para a obtenção do hemocomponente de interesse. Os demais componentes sanguíneos são devolvidos à circulação do doador e todo o processo de coleta pode durar em torno de até 90 minutos. As plaquetas coletas por aférese são desleucocitadas (ou leucorreduzidas) durante a coleta, podendo ser produzidas 2 unidades do hemocomponente por doador. Ainda, 1 unidade de plaquetaférese pode corresponder a um pool de 8 a 10 plaquetas randômicas, e, portanto, possui menor risco de promoção de reações transfusionais. Dessa forma, as plaquetas coletadas por aférese, além de serem hemocomponentes com qualidade elevada e terem uma coleta onerosa (pelo valor dos kits e equipamentos), devem ser produzidos de forma a se evitar qualquer situação que possa inviabilizar a sua destinação para transfusão. Usualmente, novos doadores de plaquetas por aférese precisam realizar testes para a coleta do hemocomponente. Nestes testes, parâmetros hematológicos (ex., elevada contagem de plaquetas), imunohematológicos (ex, pesquisa negativa para anticorpos irregulares contra antígenos eritrocitários) e sorológicos (ausência de marcadores de doenças infecciosas transmitidas pelo sangue) devem ser atendidos para que então o candidato a doação passe a ser convidado a doar plaqueta por aférese. Infelizmente, podem ocorrer casos de soroconversão em doadores de aférese, ou a formação de anticorpos irregulares, o que leva ao desprezo dos hemocomponentes. Conclusão: O descarte de concentrado de plaquetas por aférese é indesejado, uma vez que, além do alto custo de produção destas bolsas, no período da pandemia houve uma queda das doações de sangue no HEMOSM, correspondendo a uma redução de aproximadamente 10% do total de doações (durante o primeiro ano da pandemia) em comparação com o mesmo período do ano anterior. Dessa forma, o desprezo de hemocomponentes torna ainda mais crítica a situação dos estoques de sangue, e além disso, considerando que concentrados de plaquetas possuem uma validade curta e que são comumente prescritos, é indesejável que estas bolsas sejam desprezadas por qualquer motivo, desde que garantidas a qualidade do hemocomponente e a segurança transfusional.

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